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A. F. Monquelat



Pesquisador, romancista, livreiro, historiador... Estas são apenas algumas das atribuições de Adão Fernando Monquelat. Nascido em Pelotas, em 30 de maio de 1947, ele, que já viveu em Curitiba, São Paulo e Porto Alegre, confessa sentir-se em casa em Montevidéu, cidade para a qual viaja com frequência há mais de quarenta anos.

Segundo o próprio escritor, seu gosto pelos livros começou na década de 1950, quando colecionava gibis, os quais, logo em seguida, cederam espaço a obras como Sapho, de Afonso Daudet e Messalina, Imperatriz do vício e do pecado, de M. A. Camacho.

Figura conhecida no cenário cultural de Pelotas e região, Monquelat mantém há mais de três décadas um sebo no centro da cidade, que além de ser uma referência em materiais históricos e raros, serve como ponto de encontro de professores, estudantes, pesquisadores e outros intelectuais.


PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES À HISTÓRIA E À LITERATURA

Monquelat é responsável por duas inestimáveis contribuições à história da cultura e da literatura pelotense e brasileira. Foi ele que, no início da década de 1990, juntamente aos professores e historiadores Mario Osório Magalhães e Francisco Sica Diniz (o mesmo trio que publicou, em 1991, Novos textos simonianos), descobriu que uma casa situada na rua D. Pedro II havia sido, entre os anos de 1897 e 1907, a residência do mais importante escritor pelotense de todos os tempos, João Simões Lopes Neto. Esta descoberta possibilitou o cancelamento do processo de venda e sequente demolição da casa, que daria lugar a um prédio de apartamentos. Hoje, o espaço abriga o Instituto João Simões Lopes Neto.

Além disso, Monquelat ficou conhecido nacionalmente quando devolveu ao conjunto da produção literária brasileira um de seus primeiros romances. Em 1847, José Antônio do Vale Caldre e Fião publicou A divina pastora, primeiro romance gaúcho e segundo publicado no Brasil, porém, após a primeira edição, a obra desapareceu. Em 1992, em visita a Montevidéu, Monquelat encontrou um exemplar, possibilitando que A divina pastora fosse reeditada e retornasse ao acesso do público.


PESQUISAS HISTÓRICAS

Pesquisador dedicado a desfazer mitos e corrigir equívocos propagados por mais de um século no que concerne à formação da cidade de Pelotas, Monquelat é autor de dezenas de artigos em jornais e revistas, além de obras que reúnem algumas de suas pesquisas e principais descobertas como:

- Coletânea e notas bibliográficas de poetas pelotenses (1985, com Geraldo R. Fonseca)
Antologia poética (e alguma prosa de e sobre) Lobo da Costa (1988, com Geraldo R. Fonseca)
Novos textos simonianos (1991, com Francisco Sica Diniz e Mario Osório Magalhães)
- Notas à margem da história da escravidão (2009)
- Senhores da carne: charqueadores, saladeristas y esclavistas (2010)
- O desbravamento do Sul e a ocupação castelhana (2010, com Valdinei Marcolla)
- O processo de urbanização de Pelotas e a Fazenda do Arroio Moreira (2010, com Valdinei Marcolla)
- Desfazendo mitos: notas à História do Continente de São Pedro (2012, com Valdinei Marcolla)
- Pelotas no tempo dos chafarizes (2012, com Guilherme Pinto)
- Pelotas dos excluídos: subsídios para uma história do cotidiano (2014)
- As praças de Pelotas e suas histórias [Século XIX] (2015)

Muitas de suas pesquisas sobre as origens da cidade de Pelotas, conjuntas com Valdinei Marcolla, estão disponíveis ao público no blog O povoamento de Pelotas.


PUBLICAÇÕES LITERÁRIAS

Além das obras de cunho histórico e cultural, o escritor garante seu espaço no cenário literário pelotense com a publicação de duas novelas: Maiêutica (1997) e Fóquiu & Company (1999).


Referências:
Monquelat, a paixão pelos livros. Entrevista concedida por A. F. Monquelat a Daniela Xu, do Desgarrados de Pelotas, em 14 de abril de 2010.
Um personagem de carne e osso: o charque do João Cardoso. Por Klécio Santos, do jornal Zero Hora, em 15 de outubro de 2011.
O Casarão de J. Simões Lopes Neto. Por Cristina Trápaga, Eduarda Schneider, Paula Moran e Pedro Henrique C. Krüger, em 22 de maio de 2012.

Colaboração de Simone Xavier Moreira